Escrever para mim se tornou
primordial. Divulgar e difundir as pesquisas que venho fazendo é um dos
objetivos que procuro atingir.
O texto que coloco a seguir faz parte do meu
segundo livro Arari´wa: escola na mata[1] que teve como base minha dissertação de mestrado.
O livro
conta a
história da Reserva Indígena de Araribá no oeste paulista e a “luta” dos
indígenas que lá residem para manter sua cultura. A questão
escolar é também discutida no livro assim como a legislação nacional sobre o
tema.
Caminhos da Pesquisa
O
exótico deixou de ser distante e o distante torna-se cada vez mais familiar. [...] longe de serem obstáculos perturbadores, o multiculturalismo e a plurietnicidade são verdadeiros pilares de uma integração social democrática (Delors,
2003, p. 246 e 249).
Da minha experiência
como professora de Artes e Cultura surgiu o interesse de pesquisar a arte e a cultura
indígena, particularmente dos índios do Estado de São Paulo. Esse interesse
cresceu na medida em que tomei conhecimento da grande diversidade de culturas e
povos existentes nesse Estado e do desconhecimento sobre eles por parte da
sociedade.
Passei, então, a
procurar informações sobre esses povos, suas tradições, línguas, costumes
aproveitando também meus conhecimentos em cultura popular e semiótica, buscando
apreender mais profundamente essas culturas.
O levantamento das
questões legais sobre a temática indígena no Brasil e de como a escolarização
se desenvolveu ao longo desses 500 anos de vida nacional foram os próximos
passos. Completei as pesquisas com enfoque no Estado de São Paulo onde, além da
legislação, busquei a localização dos povos indígenas, as etnias aqui
existentes, sua cultura, costumes e línguas. Contextualizando e aperfeiçoando o
direcionamento do trabalho cheguei à Reserva Indígena de Araribá, configurando
como foco da pesquisa a educação escolar indígena no Estado de São Paulo com
estudo de caso na Reserva de Araribá.
Estudar a Reserva foi
um processo muito prazeroso, pois, além de conhecer sua história, levantei também
a história cultural dos povos que ali habitam e de sua trajetória até se
fixarem neste local. Entrelacei a história da construção da ferrovia Noroeste
do Brasil com o aldeamento dos Guarani - por Curt (Nimuendaju) Unkel -
primeiros habitantes de Araribá no início do século XX, levantei a questão da
Lenda da Terra sem Males para melhor entender os costumes desse povo,
compreendi a permanência dos Terena e sua função de “professores” de
agricultura para os Guarani, levantei o decreto de homologação da Reserva e
reconstruí seu mapa, com o auxílio de um geógrafo e, assim, fui construindo a
história da Reserva Indígena de Araribá e de seus habitantes.
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