segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

É tempo de organizar...

Num janeiro chuvoso como este, o melhor a fazer é organizar!

Organizar a casa, organizar o trabalho, organizar o futuro! A preparação para as aulas está embutida nestas organizações de início de ano (letivo, se quiserem). A busca por materiais escolares de preço razoável - na moda? - com estampas coloridas ou de personagens que gostamos, as filas nas lojas mais "em conta", o calor e as enchentes, ...tudo isso faz parte do começo de ano.
Pensamos nos preços, na matrícula escolar, no transporte dos filhos para a escola, no período que frequentarão, mas quantas vezes pensamos no currículo do professor e da escola em que nossos filhos ficarão por anos e anos? Quantas vezes pensamos no salário deste mesmo professor, que, depois de muitos anos de formação continua se atualizando numa busca constante de melhor atender-nos?
A educação no Brasil está (infelizmente) cada vez menos valorizada por todos os que dela aproveitam ou aproveitaram. Filhos e pais se sentem com competência de criticar e externar suas considerações a respeito dos professores com a facilidade de estudiosos do assunto. A escola, por sua vez, nem sempre apoia seus professores dando-lhes "carta branca" para atuarem no campo profissional em que foram formados.
Assim, ano a ano vamos passando pelos mesmos roteiros!


  • escolas abertas,
  • professores aflitos,
  • diretores ansiosos,
  • pais angustiados,
  • alunos desmotivados...
Vamos mudar esse panorama! Vamos dar voz a quem sabe o que está fazendo, vamos permitir aos professores que façam seu trabalho com competência e sabedoria, vamos apoiar a proposta da escola, vamos ajudar não atrapalhando - cada profissional com suas responsabilidades, deveres, obrigações e direitos - e que tenhamos um ótimo ano educacional.

Que neste ano de 2011, sejamos mais educados!




segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Indígenas do Estado de São Paulo

No Estado de São Paulo existem cinco etnias registradas oficialmente e uma descoberta por mim na Reserva Indígena de Araribá, no oeste paulista. Nessa reserva, as etnias Guarani e Terena se uniram pela forma de matrimônios e criaram a etnia TEREGUÁ, etnia esta não oficial, porém, de fato.

Em Araribá e redondezas as pessoas se referem aos tereguá como sendo um grupo distinto de indígenas e eles próprios se denominam tereguá - "de pai terena e mãe guarani" ou "de pai guarani e mãe terena", essas explicações foram ouvidas por mim nas vezes em que lá estive.

Tanto a história da Reserva quanto de seus habitantes estão contadas (registradas) na minha dissertação de mestrado defendida no ano de 2004. A questão da nova etnia está também registrada em trabalhos apresentados em eventos acadêmicos na USP, SP em 2005 e na Anped de Belo Horizonte, MG também no mesmo ano.

O fato de os próprios indígenas se autodenominarem tereguá é que se pode dizer que se constitui uma nova etnia - de fato.

Essas etnias indígenas do estado de São Paulo vivem no interior - centro oeste - e no litoral norte e sul. Não vivem no paraíso como aludiu a nota do jornal que salientei na outra postagem, vivem sim em grande dificuldade econômica e também social.

Não tem onde caçar e pescar, moram mal, praticamente não tem matéria prima para seus artesanatos, comem alimentos comprados em vendas e/ou supermercados da redondeza, pois o que produzem é pouco e ainda são discriminados nas cidades onde vão.

A mata foi transformada em pasto...
O rio assoriou, se transformou em córrego...
A língua é pouco ou nunca falada...
Os indígenas AINDA são tidos como bêbados ou vagabundos...
Resta a escola para ensinar e manter a cultura dos antepassados e também restaurar a dignidade desses povos!

Sim existem povos que moram na floresta... e SIM existem povos indígenas que precisam de melhor assistência.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

INDÍGENAS DO BRASIL

Tenho estudado a respeito dos indígenas brasileiros, efetivamente, isto é, com pesquisas acadêmicas em instituições educacionais importantes (UPM e USP) desde o ano de 2000. Essas pesquisas sempre relacionadas à educação escolar indígena, às imagens que fazemos dos indígenas brasileiros, o que se tem transmitido, propagado, mostrado nas escolas sobre eles, etc.

Com relativa dificuldade em entrar nas aldeias e reservas indígenas para efetivar as pesquisas, falar com os líderes, tirar fotos, enfim, fazer um trabalho científico que revertesse em benefícios à todos os ligados às questões educacionais neste país.

Vejo com surpresa uma notícia - pequena - no jornal Folha de São Paulo de 05 de janeiro de 2011 de título Paraíso Aberto dizendo que a Funai - Fundação Nacional do Índio - estuda projeto para turismo em terras indígenas "em que o visitante pode fazer trilha na floresta com os índios, participar com eles de pesca artesanais e dormir em tabas servidos com comida preparada na própria aldeia".

Tenho muitas questões a esse respeito e aqui vão algumas delas:
  1. O que se pretende com isso?
  2. Os indígenas foram consultados?
  3. Qual o risco de (mais) estigmatização, estereotipização?
  4. Qual a consequencia dessa entrada no cotidiano indígena?
  5. Onde é esse paraíso?
  6. Como está sendo escolhido em que ou quais aldeias serão aceditos turistas?
  7. Será cobrado esse turismo?
A cultura indígena no Brasil deve e precisa ser conhecida, porém há que se ter critérios para que isso aconteça impedindo que criemos, ou recriemos, o índio ideal ou o índio caricato.
Fica aqui minha preocupação e meu alerta.