quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

AINDA OS BALÕES




Assim era o balão quando estava caindo na avenida.


Aqui, um detalhe ...











Os balões eram obrigatórios nas festas juninas de um passado não muito remoto. Feitos de papel manteiga colorido, carregavam muitas vezes uma bandeira ou estandarte com desenhos característicos da época festiva. Às vezes o desenho era feito com pequenas lanternas contendo velas dentro que eram unidas ao balão por fios e acesas pelas pessoas responsáveis pela confecção do balão. Assim, quando o balão ia subindo, o desenho também ia se conformando e aparecendo vagarosamente enquanto as pessoas alinhavam os fios que prendiam balão e desenho para que não embaraçassem e queimassem.
Desenhos como Maria e José, São João, o Menino Jesus, etc. nas bandeiras eram comum. Depois vieram os diferentes e nem sempre com temas religiosos. Fizemos, há muito tempo atrás um desenho que era um pintinho saindo do ovo, a casca do ovo se quebrando e a cabeça do pintinho aparecendo. Também fizemos um bule despejando luzes verdes e amarelas em alusão ao Brasil...
Lindos, divertidos e dependentes de uma engenharia de projeto complicada. Ficávamos mais de um mês para fazer as lanterninhas com o suporte para a vela dentro. O dia de soltar o balão então era o dia todo preparando e rezando para não chover...
Balão a postos, lanterninhas em pé, fósforos para todos, assim íamos acendendo as lanternas enquanto outros enchiam o balão...era muito trabalho e uma felicidade sem fim quando o balão estava no ar.
Isso tudo acontecia num sítio no interior de São Paulo longe da cidade e dos fios.
Antes disso a reza na capela, depois os comes e bebes e as danças - quadrilha - com sanfona e viola gemendo chotes... a dança ia pela noite afora e as crianças de ora em vez corriam para ver aonde estava o balão!



terça-feira, 14 de dezembro de 2010

BALÕES - sim, era possível!

"O balão vai subindo,
vem caindo a garoa,
o céu é tão lindo e a noite tão boa...
São João, São João,
acende a fogueira no meu coração!"

Sim era a época dos balões. Atualmente não se pode soltá-los. As cidades cresceram, os fios elétricos estão por toda parte, as indústrias, as casas, os campos secos, ... e assim fomos proibidos de fazer, comprar ou soltar os balões de São João.

PORÉM, e sempre há um porém, algumas pessoas continuam com o hábito de fazê-los e soltá-los não se preocupando com as consequencias de seus atos. Foi o que aconteceu no sábado, dia 11/12/2010 na cidade de São Paulo. Um enorme balão caiu na avenida Rebouças, no bairro de Cerqueira César, esquina com a rua Estados Unidos.

Era mais ou menos sete horas da manhã quando vi policiais no local tentando enrolar e dobrar o balão que ocupava uma parte da avenida. Outra parte tão grande quanto essa estava presa por fios no telhado de um prédio baixo onde funciona uma galeria de arte. A tocha queimava na calçada em duas partes.

O balão era lindo...felizmente não houve estragos... algumas coisas devem ficar apenas na memória da gente ou em registros fotográficos e não em noticiários policiais. Sim os balões eram possíveis e não mais o são!




segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

FOLIA DE REIS

E lá vem a Folia!!!!!!





Na frente vem os palhaços fazendo algazarra, assustando a criançada e abrindo caminho! Segundo a cultura popular, eles despistavam os soldados de Erodes, o rei que perseguiu Jesus.





Atrás deles, o estandarte com a Sagrada Família retratada, vem sendo carregado pelo festeiro ou por sua mulher; na sequencia vêem os cantadores com suas violas, sanfona, caixas, louvando o Menino que acaba de nascer. A louvação vem em forma de versos tirados pelo cantador e respondido pelos presentes na procissão, versos que contam a história do nascimento de Jesus Cristo.

"Ai vinte e cinco de dezembro, ai larai,
ai vinte e cinco de dezembro ai larai, laila-rai
da meia noite pro dia, ai lai rai, lai la rai
da meia noite pro dia ai la rai!

Ai que nasceu o Deus menino ai la rai,
Ele é filho de Maria ai la rai...
Ai Ele nasceu em Belém ai la rai............


Toada melodiosa cantada e repetida a várias vozes espichando o la la rai....... até quase perder o fôlego, com um som gutural mesclando agudos e graves numa bela harmonização naturalmente criada pelos próprios participantes.

A Folia de Reis vai passando e é acompanhada por pessoas da comunidade nas "visitas" às várias casas abençoando com seu estandarte cada cômodo dela. Em cada uma das residências é recebida com comidas e bebidas para ajudar o folião em sua jornada.

Não se trata de um acontecimento do meio rural apenas, nas cidades do interior paulista as Folias já começaram suas andanças de casa em casa. É comum receberem auxílio para realização da festa de Santos Reis - pode ser dinheiro, animais (galinha, porco, boi, etc.), bebidas, alimentos não perecíveis - todos eles farão parte do grande almoço comunitário do dia 6 de janeiro.

De tradição católica, faz parte das comemorações do Ciclo de Natal iniciadas no começo de dezembro que só terminarão no dia de Santos Reis, no mesmo dia em que são guardadados os enfeites natalinos.