NOVE DE JULHO! FERIDADO PAULISTA...
Nove
de julho uma grande avenida paulistana e certamente nome de ruas
e avenidas de várias cidades paulistas também.
Revolução Constitucionalista de 1932 - derrubar o governo
getulista e fazer uma nova constituição – isso todos sabem.
Sim, feriado paulista – estradas lotadas, praias lotadas
mesmo com friozinho e nas montanhas uma luta para se conseguir aquele chocolate
quente...
Paulistas felizes e estressados em busca de um lugar (ao
sol?) para descansar nesse feriado que, neste ano de 2013, nos brinda (!!!) com
um feriadão, isto é...de sábado à terça-feira. País rico, sem problemas, sem a
necessidade de muito trabalhar para progredir... Mas isso é outra história.
Quero falar das memórias de meu pai para essa época de 1932.
Ele era um menino de 10 anos. Brincava na rua de calças
curtas (não era bermudas) pelas ruas, muitas sem calçamento, de sua cidade
natal – Avaré.
Entre bolinhas de gude, peões, e bola de meia, pegar
carona em carroça de leite era a diversão favorita. Claro que o carroceiro
percebia as crianças sentando atrás da sua carroça – os varões presos aos
cavalos levantavam bruscamente – mas quem ligava? Por acaso ele também não
havia feito isso quando criança?
Risadas, gritaria, correria, nem sabiam que estavam em
meio a uma revolução!
Meu pai morava perto de um grupo escolar escolhido para
ser o quartel na cidade e várias vezes ia até lá junto com os amigos para ver
os soldados fazerem as evoluções. Tudo parecia ser uma brincadeira. Não sabiam
que estavam em treinamento.
Um dia veio a notícia – “Fomos vencidos!" São Paulo
perdeu a luta e os soldados saíram da cidade às pressas não conseguindo levar
todos os seus pertences.
Aí foi a festa da criançada... Chocolates e bolachas
foram deixados pra trás assim como capacetes e até baionetas, essas enterradas
nos quintais de terra.
Essa é a lembrança dessa revolução para uma criança.
Chocolates e bolachas que não poderiam ter aparecendo como por milagre... Desenterrou
muito tempo depois – talvez 10 anos depois, uma baioneta no quintal de sua casa
que guarda até hoje juntamente com um capacete – relíquias de uma luta onde
paulistas já “iam para as ruas” por
um Brasil melhor.
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