terça-feira, 9 de julho de 2013

NOVE DE JULHO



NOVE DE JULHO! FERIDADO PAULISTA...

Nove de julho uma grande avenida paulistana e certamente nome de ruas e avenidas de várias cidades paulistas também.
Revolução Constitucionalista de 1932 - derrubar o governo getulista e fazer uma nova constituição – isso todos sabem.
Sim, feriado paulista – estradas lotadas, praias lotadas mesmo com friozinho e nas montanhas uma luta para se conseguir aquele chocolate quente...
Paulistas felizes e estressados em busca de um lugar (ao sol?) para descansar nesse feriado que, neste ano de 2013, nos brinda (!!!) com um feriadão, isto é...de sábado à terça-feira. País rico, sem problemas, sem a necessidade de muito trabalhar para progredir... Mas isso é outra história.
Quero falar das memórias de meu pai para essa época de 1932.
Ele era um menino de 10 anos. Brincava na rua de calças curtas (não era bermudas) pelas ruas, muitas sem calçamento, de sua cidade natal – Avaré.
Entre bolinhas de gude, peões, e bola de meia, pegar carona em carroça de leite era a diversão favorita. Claro que o carroceiro percebia as crianças sentando atrás da sua carroça – os varões presos aos cavalos levantavam bruscamente – mas quem ligava? Por acaso ele também não havia feito isso quando criança?
Risadas, gritaria, correria, nem sabiam que estavam em meio a uma revolução!
Meu pai morava perto de um grupo escolar escolhido para ser o quartel na cidade e várias vezes ia até lá junto com os amigos para ver os soldados fazerem as evoluções. Tudo parecia ser uma brincadeira. Não sabiam que estavam em treinamento.
Um dia veio a notícia – “Fomos vencidos!" São Paulo perdeu a luta e os soldados saíram da cidade às pressas não conseguindo levar todos os seus pertences.
Aí foi a festa da criançada... Chocolates e bolachas foram deixados pra trás assim como capacetes e até baionetas, essas enterradas nos quintais de terra.
Essa é a lembrança dessa revolução para uma criança. Chocolates e bolachas que não poderiam ter aparecendo como por milagre... Desenterrou muito tempo depois – talvez 10 anos depois, uma baioneta no quintal de sua casa que guarda até hoje juntamente com um capacete – relíquias de uma luta onde paulistas já “iam para as ruas” por um Brasil melhor.



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