Página original: http://www.nossosaopaulo.com.br/Reg_05/Reg05_Avare.htm
Avaré, cidade localizada a duzentos e sessenta quilômetros
da capital, no oeste do estado, já foi chamada de Cidade Jardim devido a suas
inúmeras e bem cuidadas praças, lagos e ruas arborizadas e Capital do Ouro Branco por conta da produção de algodão. Hoje é
conhecida como Capital do cavalo e Terra do Verde, da Água e do Sol, pois tem vários e importantes haras, muita área verde no município e a
Represa Jurumirim, ponto de lazer e turismo da região.
Teve seu início
atestado como sendo no dia 15 de setembro de 1861, quando, posseiros, abrindo o
mato em direção ao Paraguai pelo caminho que ficou conhecido como Estrada do Peabiru, ou Caminho do
Yguatemi, conquistaram a terra exterminando os índígenas Kaiguá[2] e Guarani que ali habitavam atraindo
moradores para aquelas terras férteis garantida pela irrigação do Vale do
Paranapanema.
Dentre esses
posseiros estava o Major Vitoriano de Souza Rocha que doou vinte e quatro
hectares de terra para que se construísse uma capela para Nossa Senhora das
Dores. Denominada de Patrimônio de Nossa Senhora das Dores do Rio Novo, o
povoado surgiu à luz da fé cristã, ao redor dessa capela votiva construída de
pau a pique e coberta de telha vã (telhado sem forro).
Datas e nomes têm
suas origens polêmicas nos livros que tratam da história da cidade, assim
colocarei aqui o que se encontrou nas pesquisas bibliográficas realizadas para
tal: “o arraial era designado pelo nome
de Cappela do Major. Foi elevado a
freguesia pela lei 7 de abril de 1860 e a município com a lei de 7 de julho de
1876” (Capri, 1913, p. 108/109).
Segundo historiadores, na
segunda metade do século 19, diversos fatores contribuíram para o desenvolvimento
de Avaré. Um deles foi a Lei de Terras, de 1850, pela qual o governo imperial
suspendia as doações de terras dadas pelos governadores-gerais. Desse modo, as
terras tinham que ser compradas e vendidas, abrindo oportunidades para a
dinamização da economia.
Também, com a
abolição da escravatura, em 1888 e o incentivo à imigração, Avaré ganha novas
dimensões econômicas e sociais. Chegam à cidade centenas de famílias italianas,
com trabalhadores que vão substituir a mão-de-obra negra nas lavouras de
cana-de-açúcar, algodão e café. A chegada de imigrantes portugueses, espanhóis,
armênios, sírio-libaneses e, por último, japoneses, consolidou o crescimento da
cidade.
Em anotações feitas
por Jango Pires há o registro que em 1891, fixou residência em Avaré o primeiro
sírio (turco como eram chamados), o Sr. José Ignatios, que era tio de meu
avô, Mansur João Ignatios.
Finalizando essa
explicação histórica foi, então, no final do século XIX que meus avós libaneses
chegaram à cidade. Meu avô chegou primeiro com seus pais e irmãos e depois veio
minha avó, que estava em Buenos Aires, Argentina. Instalaram-se como
comerciantes, fundaram cerraria, sapataria, alfaiataria, mas isso ficará para
outra hora.
A cidade passou por
ciclos evolutivos salientando-se o do algodão nas décadas de 1930 e 1940 e na
década de 1960 foi introduzido o gado quando grandes haras foram sendo
construídos.
Com o represamento
do rio Paranapanema houve o alagamento de terras e, consequentemente, o
aparecimento de diversas praias de areia branca, o que deu início e impulso à
especulação turístico-imobiliária. No ano de 1962 foi inaugurada a ponte sobre
o Rio Paranapanema.
Atualmente, a
economia avareense gira em torno da pecuária, lavoura, comércio e pequenas
indústrias e do turismo – foi transformada em Estância Turística em 2002. Avaré
tem, hoje, inúmeros hotéis na beira da represa, camping, condomínios de belas
casas e um magnífico por do sol!
[2]
Kurt Unkel, mais conhecido como Nimuendaju, seu nome guarani, dedicou sua vida
ao conhecimento e proteção dos povos indígenas. É dele o Mapa Etno-histórico do
Brasil e Regiões Adjacentes de onde se tirou o nome da tribo existente naquele
local. Em livros sobre Avaré, registram-se as etnias indígenas como sendo
Caiuás (talvez uma variação de Kaiguá) e Botocudos esses, últimos habitantes
das Minas Gerais, Espírito Santo e Santa Catarina.
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