sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

HISTÓRIAS E MEMÓRIAS: CARNAVAL




Não participei do entrudo com guerras de laranjinhas de cera cheias de perfume, mas na década de 1960, o corso passava em frente ao hotel de um tio meu – Oásis Hotel - onde, é claro, havia uma geladeira enorme que “fabricava” muita água gelada... ficávamos na janela do hotel atirando bexigas cheias de água gelada nos foliões!
A banda “Sete fôlegos” tocava na rua e saía só no carnaval, era composta por Luizinho Chandico, Merched Ignatios, Ananias Machado, Bonuglio, Alvaro Filgueiras. Na lembrança de meu pai, “eram esses moços que saíam na chuva e no sol”. Tinha também o Ramona que saía de guarda-chuva aberto escrito: a chuva passou – era a sua fantasia e o Pereirinha que saía de cadeira amarrada nas costas – dançava, pulava e quando cansava sentava na própria fantasia.
Eu fazia “sangue de diabo” para jogar nas pessoas e até vendia na garagem de casa. Era um tipo de líquido vermelho feito com “lacto purga” e outros ingredientes que não lembro mais e ficava vermelho na roupa quando era jogado, mas que ia evaporando lentamente até sumir.
É claro que provocava muita confusão...tínhamos aquelas bisnagas de apertar e, esperávamos as pessoas passarem na calçada para praticar a “gracinha”. Era um tempo em que praticamente todos da cidade jogavam água uns nos outros – água e não líquido vermelho!
Os bailes do clube eram domingo e terça-feira à tarde. Fazíamos fantasias únicas ou em grupos – os blocos – comprávamos confetes e serpentinas na Casa Maravilha e lá íamos nós...
ei, você aí, me dá um dinheiro aí, me dá um dinheiro aí....
O chão do clube ficava forrado de confetes e serpentinas que recolhíamos para novamente atirar. A bandinha tocava e o Nenê Cunha cantava sem parar.
Fiquei um tempo sem participar do carnaval, voltei na década de 1980 quando fundamos junto à Fundação Cultural Cassiano Ricardo o grupo Pirô Piraquara, com o objetivo de resgatar os carnavais de rua onde os bonecões saem na frente abrindo a folia e atrás vêm todos os que gostam de dançar.
Fantasias eram confeccionadas com temas divertidos, com críticas políticas, levávamos placas com dizeres, e participavam pessoas de todas as idades. Lembro-me de um jovem pai que, vendo o grupo passar na rua, desceu de seu apartamento enrolado no cortinado do berço de seu filho – era o “pai fresco”.
Carnaval, festa colocada no calendário cristão que antecede a Quaresma, tempo de fartura anunciando o jejum.
FELIZ CARNAVAL A TODOS!




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