Não
participei do entrudo com guerras de laranjinhas de cera cheias de perfume, mas
na década de 1960, o corso passava em frente ao hotel de um tio meu – Oásis
Hotel - onde, é claro, havia uma geladeira enorme que “fabricava” muita água
gelada... ficávamos na janela do hotel atirando bexigas cheias de água gelada
nos foliões!
A
banda “Sete fôlegos” tocava na rua e saía só no carnaval, era composta por
Luizinho Chandico, Merched Ignatios, Ananias Machado, Bonuglio, Alvaro
Filgueiras. Na lembrança de meu pai, “eram esses moços que saíam na chuva e no
sol”. Tinha também o Ramona que saía de guarda-chuva aberto escrito: a chuva
passou – era a sua fantasia e o Pereirinha que saía de cadeira amarrada nas
costas – dançava, pulava e quando cansava sentava na própria fantasia.
Eu
fazia “sangue de diabo” para jogar nas pessoas e até vendia na garagem de casa.
Era um tipo de líquido vermelho feito com “lacto purga” e outros ingredientes
que não lembro mais e ficava vermelho na roupa quando era jogado, mas que ia
evaporando lentamente até sumir.
É
claro que provocava muita confusão...tínhamos aquelas bisnagas de apertar e,
esperávamos as pessoas passarem na calçada para praticar a “gracinha”. Era um
tempo em que praticamente todos da cidade jogavam água uns nos outros – água e
não líquido vermelho!
Os
bailes do clube eram domingo e terça-feira à tarde. Fazíamos fantasias únicas
ou em grupos – os blocos – comprávamos confetes e serpentinas na Casa Maravilha
e lá íamos nós...
ei, você aí, me dá um
dinheiro aí, me dá um dinheiro aí....
O
chão do clube ficava forrado de confetes e serpentinas que recolhíamos para
novamente atirar. A bandinha tocava e o Nenê Cunha cantava sem parar.
Fiquei
um tempo sem participar do carnaval, voltei na década de 1980 quando fundamos
junto à Fundação Cultural Cassiano Ricardo o grupo Pirô Piraquara, com o
objetivo de resgatar os carnavais de rua onde os bonecões saem na frente
abrindo a folia e atrás vêm todos os que gostam de dançar.
Fantasias
eram confeccionadas com temas divertidos, com críticas políticas, levávamos
placas com dizeres, e participavam pessoas de todas as idades. Lembro-me de um
jovem pai que, vendo o grupo passar na rua, desceu de seu apartamento enrolado
no cortinado do berço de seu filho – era o “pai fresco”.
Carnaval,
festa colocada no calendário cristão que antecede a Quaresma, tempo de fartura
anunciando o jejum.
FELIZ
CARNAVAL A TODOS!
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