quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

HISTÓRIAS E MEMÓRIAS - brincadeiras





Houve um tempo em que crianças na rua era sinônimo de alegria, divertimento, brincadeiras. Meninos e meninas em correria, gritando, rindo, num verdadeiro estado de êxtase infantil.
 Pois é, sou desse tempo em que correr na rua não era perigoso, ficar na rua não era proibido, estar na rua era estar em harmonia com amigos e família.
Brincava de pular corda, amarelinha, queimada, de diversas maneiras e com várias regras.
Na corda, podia pular sozinha, batendo e pulando ou com uma amiga na mesma corda. Quando a corda era grande, sempre tinham aquelas que “batiam” e aquelas que pulavam. A maneira mais simples era a que contava: 1, 2, 3 e entrava na corda pulando. Só saía quando errava, pisava na corda ou enrolava-a nos pés.
“Sal, pimenta, fogo, foguinho” – era outra maneira - a corda começava lenta e ia ficando cada vez mais rápida...era preciso muita agilidade para não cair. Sucesso total pra quem ficava em pé!
 “Passa um” – a corda batendo, a gente passava correndo sem pular e gritava Zerinho; na sequencia pulava uma vez e gritava passa um, depois pulava duas vezes e gritava passa dois, e três, assim por diante...
Depois de passar essa primeira etapa, segue-se com Um Homem Bateu em Minha Porta. Essa “música”, cantada por todos os participantes, segue enquanto uma criança pula e faz como diz a letra.
·         Um homem bateu na minha porta e eu abri – entrar na corda e   começar a pular.
  • Senhoras e senhores dê uma rodadinha – dar um giro pulando a corda.
  • Senhoras e senhores coloque a mão no chão – agachar e colocar a mão no chão sem deixar de pular.
  • Senhoras e senhores pule num pé só – pular num só pé.
  • E vá para o olho da rua – sair sem deixar “rabo” (não deixar a corda relar no corpo ou na roupa quando sair.
Ganha quem conseguir fazer toda a sequência sem errar primeiro. Erros de português eram comuns nas brincadeiras todas. Ninguém se importava. O que queríamos era brincar!
E assim fui menina de rua! Brinquei muito. Tive uma infância maravilhosa numa pequena cidade do interior.

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