Neste momento em que o mundo todo
reverencia o grande líder sul africano Nelson Mandela, que muito lutou pela
igualdade entre os homens de todas as etnias e nos lembramos de outro líder cujo
nascimento festejamos neste mês - Jesus Cristo, gostaria de refletir sobre a
questão da igualdade entre os homens e da preservação das culturas locais,
regionais e nacionais.
No ano de 1952 o Banco do Estado de São Paulo ofereceu às
famílias de seus funcionários o que chamou de álbum para as crianças do Brasil
e também para as “que nasceram lá fora, mas vivem em nossa terra”.
Com o objetivo de “criar mais uma tradição brasileira, respeitando
as tradições de outros povos” o álbum coloca a figura do Pai João, o “boníssimo
preto velho, que transfigurou a sua angustia no mais puro amor aos filhos dos
homens que o escravizaram no passado” para ocupar o lugar, mesmo que momentaneamente,
de Papai Noel no coração das crianças.
A história começa quando Papai Noel, preocupado com o
número cada vez maior de crianças pelo mundo que tinha de atender, resolve procurar
em cada país um “bom velhinho” que pudesse dividir com ele esse encargo. Lembrou
então que no Brasil existia um velhinho “tão bom quanto ele” que poderia
ajudá-lo – era Pai João.
Foi à sua casa e, sentado num tamborete o convenceu de
ajudá-lo. Pai João, na rede, coçou a cabeça e disse:
- Pois então me dê as roupas, que eu já quero começar!
E assim, com a ajuda de Papai Noel, Pai João foi vestindo
as roupas vermelhas, as botas, a carapuça e foi colocando os brinquedos no seu
surrão.
Cantando Noel dizia:
São muitos palhaços
E vários burrinhos!
Bichinhos aos maços,
Cornetas, carrinhos.
Trombetas, tambores,
Soldados de
chumbo!
Mil bolas de
cores,
Três gaitas e
um bumbo!
Confere?
E
Pai João respondia: confere! E Noel
continuava na listagem dos brinquedos...
Tem zebras riscadas
Livrinhos de história
Girafas
malhadas
E jogos da Glória!
Mais este estojinho,
Que é musical,
Tocando baixinho
Canções de Natal!
A cada verso introduziam referências aos brinquedos
antigos, às caixinhas de música, aos cavalinhos de pau, aos jogos de
tabuleiro... Cantando e dançando, os dois vão trocando de papeis: Noel dança a
polquinha e Pai João o côco, o batuque e o catererê.
Foi somente no ano de 1952 que a ideia de ter um
substituto brasileiro ao “bom velhinho” aconteceu... Ainda guardo o álbum que
contém a história escrita, ilustrações e dois discos em 78 rotações...
Bom seria se pudéssemos trazer à vida Pai João com suas
cantigas, suas danças, seus brinquedos para brincar e não apenas para ver.
Bom seria darmos as mãos às culturas diversas respeitando
cada uma delas.
Bom seria se lembrássemos de que nós brasileiros somos
oriundos de diferentes raças e etnias.
Bom seria se festejássemos a igualdade em todos os
momentos de nossa vida.
FELIZ
REFLEXÃO A TODOS!
QUE
O PRÓXIMO ANO SEJA DE COMUNHÃO ENTRE OS POVOS!